13º Lucas 16:16.
“A
Lei e os Profetas vigoraram até João; desde esse tempo, vem sendo anunciado o
evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça por entrar nele”. (Lucas
16:16).
O
ponto de partida para a boa compreensão deste verso é sabermos que as palavras
duraram, vigoraram ou existiram, que aparecem em algumas versões não se
encontram no original.
Na
tradução de "Almeida Revista e Corrigida" está duraram em grifo,
indicando que ela não se encontra no original. Foi um acréscimo do tradutor
para a complementação do sentido.
Para
uma adequada compreensão do sentido, esta passagem deve ser colocada ao lado do
texto paralelo de SÃO MATEUS 11:13, que diz a mesma coisa, com mais clareza:
"Porque
todos os profetas e a lei profetizaram até João".
Assim,
Lucas nunca pretendeu afirmar que a lei de Deus foi abolida depois de João.
Entram, porém em contradições:
a)
Afirmam que a Lei parou com João Batista, precursor de Cristo.
b)
Afirmam que a Lei vigorou até a 1ª vinda de Cristo.
c)
Afirmam taxativamente que a Lei findou na cruz.
Vemos
aí a incoerência de TRÊS ABOLIÇÕES da Lei!
Nós,
porém podemos provar que a Lei e os profetas continuaram depois de João:
a)
A LEI
"Se
queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos" Mat. 19:17.
b)
OS PROFETAS
O
texto bíblico nos informa que houve muitos profetas nos tempos apostólicos.
Ler:
Atos
2:17 e 18 - " ... e profetizarão".
Atos
19:6 - "... e ...
profetizavam."
Atos
21:7-9 - " (Filipe) tinha
... quatro filhas donzelas, que
profetizavam."
I
Cor. 14:29 - "Tratando-se
de profetas ..."
Logo,
o real significado de LUCAS 16:16 é: "A LEI E OS PROFETAS FORAM PREGADOS
ATÉ JOÃO”, era uma indicação do tempo em que o reino de Deus seria anunciado. A
vinda de João foi um cumprimento desse tempo.
O
estudo do contexto é muito útil para melhor compreensão do assunto, pois este
nos indica que nem Mateus nem Lucas estão discutindo os Dez Mandamentos. O
contexto nos elucida que muitos dos judeus eram descrentes da missão e do
caráter de Cristo e do seu precursor. Afirmavam sua crença em Moisés e em todos
os profetas. Cristo procurou insistentemente provar-lhes que Ele era aquele de
que os profetas falavam e que o reino de Deus estava sendo pregado através de
João Batista.
João
Batista iniciou seu ministério declarando: "É chegado o reino dos
céus." Mat. 3:3.
O
próprio Cristo iniciou Seu ministério público declarando: "O tempo está
cumprido e o reino de Deus está próximo ...". Marc. 1:15.
As
profecias ensinadas pelos profetas com referência a Cristo quando Ele veio,
deixaram de ser profecias e passaram a ser fatos históricos consumados.
Sobre
Lucas 16:16, a palavra até (no grego
"méchri") jamais autoriza a ideia de que os escritos da lei e dos
profetas tenham perdido o seu valor quando João começou a pregar. O evangelho
veio, não para ser colocado em lugar do Velho Testamento, mas em acréscimo a
ele. Este é o sentido claro no qual méchri é usado aqui e também em Mat. 28:15
e Rom 5:14:.
Os
que ensinam que os escritos do Velho Testamento não têm mais valor para os
cristãos contrariam o que Cristo ensinou. Ele declarou enfaticamente que não
veio tirar das Escrituras nem um til nem um jota. (Mt. 5:18).
Interpretação
perigosa é concluir que este verso ensina que Moisés e os profetas estavam
abolidos, ou que os Dez Mandamentos não precisam mais ser guardados.
São
oportunas e claras as palavras de Moody: "A Lei dada no Sinai nada perdeu
de sua solenidade ..." "O povo precisa ser levado a compreender que
os Dez Mandamentos estão ainda em vigor, e que há uma penalidade a cada
violação ... O sermão do monte não cancelou os Dez Mandamentos".
Tenhamos
cuidado ao afirmar que algo criado por Deus (sua santa lei – veja Êxodo 31:18)
e que é santo (Romanos 7:12) seja uma maldição ou que tenha sido abolido; isto
é perigoso. É falta de respeito para com o Criador afirmar que os Dez
Mandamentos, um transcrito de seu caráter, tenha sido abolido.
“Porque
este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus
mandamentos não são penosos”(1 João 5:3)
“Por
conseguinte, a lei é santa; e o mandamento, santo, e justo, e bom”. (Romanos
7:12).
“Quanto
às tuas prescrições, há muito sei que as estabeleceste para sempre”. (Salmos
119:152).
Que
sejam nossas as palavras do salmista:
“Agrada-me
fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração, está a tua lei”.
(Salmos 40:8).
A
lei, colocada em seu devido lugar (não como ponto de salvação, mas como um
espelho para nos mostrar o pecado, reger nossa conduta e glorificar a Deus
através de nossos bons frutos) é uma bênção e não uma maldição.
Deus
estabeleceu o sábado para que este fosse um “memorial da do Criador” e um
“memorial da Criação”. É também um ‘memorial da redenção’.
Quando
guardamos o sábado, estamos lembrando de que há um Deus Criador, e que não
estamos no mundo por acaso; estamos dizendo que cremos no Eterno e que admiramos
os seus feitos na criação e na redenção do homem.
“O
sábado é um momento em que podemos ter “um lindo encontro com o Senhor Jesus
Cristo”. A cada final de semana podemos desfrutar deste maravilhoso
companheirismo com o Senhor Jesus, Deus o Pai e com o Espírito Santo. É um dia
que podemos também estar na companhia da família. Durante a semana pouco
falamos com nosso cônjuge ou filhos e o sábado é um a oportunidade para
restabelecermos os laços familiares, na companhia dos familiares e do Senhor
Jesus”.
Guardar
o sábado é uma questão de Adoração a Deus a aceitar Seu Senhorio. Toda criatura
que foi criada por Deus (refiro-me mais especificamente a este planeta) deve
adora-lo; automaticamente, deve guardar o sábado. Deve também aceitar a
autoridade divina sobre qualquer forma de doutrina antes que crer em algo
ensinado pelos homens (At 5:29).
A
lei não salva; seremos salvos unicamente pela graça do Senhor Jesus (Efésios
2:8); mas devo ressaltar que o fato de não sermos salvos pela lei não nos dá a
liberdade de transgredirmos os mandamentos de Deus. Nossas obras, apesar de não
nos salvarem são importantes, pois são evidências de nossa fé e devem vir como
uma consequência da mesma (Efésios 2:10). “... a fé sem obras é morta” (Tiago
2:26).
“Desvenda
os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei”. (Salmos 119:18).
Deus
lhe guarde,
Leandro
Soares de Quadros.
Setor
de Respostas Teológicas.
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